quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Pas de Deux



Pas de Deux

A bailarina vai ser sempre bailarina

Assim como o poeta será poeta para a vida toda

Mesmo que seus versos não vejam o papel

Mesmo que seus pés jamais pisem um palco novamente

Ou venham a calçar aquelas sapatilhas


Sua poesia estará sempre em sua mente

Como a dança estará sempre em sua alma

E transparecerá nos passos do dia comum

Na maneira de amar e de fazer amor

Nos gestos de carinho e até na fúria em “en dehors”


A poesia sempre lhe soará como música

E toda música acompanhará sempre uma coreografia imaginária

O sofrer, o pesar, serão sempre longos adágios

E seus momentos de felicidade

Petites Allegros


A poesia estará sempre presente

No amor profundo, inalcançável

Na paixão fulminante, nada eterna

Aparecerá no modo de falar

E até de discutir, mas principalmente

De sentir,

Único


A bailarina vai ser sempre

O poeta será para a vida toda

Lígia Chiari - em 27.10.2009

2 comentários:

  1. "Mesmo que seus versos não vejam o papel", gostei desse verso, me chamou atençao. eu sempre escolho um verso preferido na poesia. descubro o escolhido quando acabo de ler o poema: o que fica na minha cabeça é o preferido. faço sem perceber. aí eu releio e crio apego.
    tenho medo de limitar dando um adjetivo (elogiando, claro)tua poesia. digo apenas: eu chorei quando li. uma epifânia, Lih!

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