Pas de Deux
A bailarina vai ser sempre bailarina
Assim como o poeta será poeta para a vida toda
Mesmo que seus versos não vejam o papel
Mesmo que seus pés jamais pisem um palco novamente
Ou venham a calçar aquelas sapatilhas
Sua poesia estará sempre em sua mente
Como a dança estará sempre em sua alma
E transparecerá nos passos do dia comum
Na maneira de amar e de fazer amor
Nos gestos de carinho e até na fúria em “en dehors”
A poesia sempre lhe soará como música
E toda música acompanhará sempre uma coreografia imaginária
O sofrer, o pesar, serão sempre longos adágios
E seus momentos de felicidade
Petites Allegros
A poesia estará sempre presente
No amor profundo, inalcançável
Na paixão fulminante, nada eterna
Aparecerá no modo de falar
E até de discutir, mas principalmente
De sentir,
Único
A bailarina vai ser sempre
O poeta será para a vida toda
Lígia Chiari - em 27.10.2009
"Mesmo que seus versos não vejam o papel", gostei desse verso, me chamou atençao. eu sempre escolho um verso preferido na poesia. descubro o escolhido quando acabo de ler o poema: o que fica na minha cabeça é o preferido. faço sem perceber. aí eu releio e crio apego.
ResponderExcluirtenho medo de limitar dando um adjetivo (elogiando, claro)tua poesia. digo apenas: eu chorei quando li. uma epifânia, Lih!
muito lindo *.*
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