quinta-feira, 4 de março de 2010

é pau, é pedra, é o fim do caminho

Veio de repente. Feito onda em dia de ressaca no mar. Aliás, acho que é mesmo isso. Ressaca de sentimentos. Passa um tempo calmo, sem vento, sem chuva, dias de sol, tranqüilos e angustiantes pela falta de emoções. De repente começa uma agitação quase imperceptível. Os ventos mudam de direção. E tudo se revolta. Ondas de dois a três metros levando tudo que vêem pela frente. Muda o formato da areia. Muda os desenhos daquela praia já conhecida. A areia é a mesma, o mar é o mesmo, até o nome da praia continua igual, mas seria impossível dizer que nada mudou. Talvez seja a hora de deixar a ressaca vir. Deixar o mar revolto lavar as pedras e a areia. Renovar. Mostrar algo, descobrir, revelar. E até quem sabe se deixar levar. A areia sempre fica mais alva depois da ressaca. Que venham as águas de março.

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.

Um comentário:

  1. Li o texto de primeira mao, li no carro. Ouvi a musica ao telefone, quando te liguei. Fiquei com ela na cabeça tambem. Esse texto me fez pensar nas aguas de março e na promessa de vida no coraçao. Nos coraçoes. Obrigada por me fazer pensar nessas aguas.

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