sábado, 12 de dezembro de 2009

E você, não vai fazer nada?

Todos os dias abro minha caixa de entrada do e-mail e me deparo com pelo menos cinco mensagens que trazem no final a frase do título, ou alguma de suas derivações, seguidas da frase “repasse esta mensagem”!

O conteúdo dos e-mails é diversificado, mas gira normalmente em torno de política, ecologia e direito. Denúncias do governo Lula, do governo FHC, e de outros mil governos, o caos da segurança pública, os direitos humanos, aquecimento global, desmatamento na Amazônia. Assuntos que deveriam sim, ser do interesse de todos, mas que são tratados de forma sensacionalista em mensagens nada informadoras e que nos levam a crer que passá-las adiante já é fazer a sua parte.

Isso sem falar no conteúdo absurdo. “Direitos humanos só existem pra ladrão” e outros jargões manjados de uma classe média hipócrita e passiva. Queria realmente saber quem escreve esse tipo de coisa, já me surpreendo com quem repassa, queria saber o que se passa na cabeça de alguém que escreve. “Vamos diminuir a maioridade penal”, “Basta! Chega de assaltos”. Gostaria de ser muito mais ativa na luta por mudanças em nosso país, aliás, nem sei se posso me considerar ativa, mas fico impressionada e indignada com pessoas que repassam este tipo de mensagem.

É um ato automático. Falou mal do Governo? Quer aumentar a pena pra qualquer crime? Repasse! Muitos nem lêem o que estão repassando, ou muitas vezes não o fazem com a devida atenção, colaborando para a perpetuação de idéias reacionárias.

Os que falam de ecologia e mudanças climáticas costumam ter uma série de fatos cuja fonte não sabemos e normalmente uma lista de assinatura, para acabar com o desmatamento, para proibir as sacolas de plástico, para estimular o consumo consciente de energia. Para onde vão essas listas e todas as assinaturas e CPFs? Não importa, a culpa ecológica da semana, pelo menos, já foi pelo ralo.

Sim, eu leio esse tipo de e-mail. E até repasso nas raras vezes que encontro alguma coisa com a qual concordo de verdade. E sou totalmente a favor do diálogo, da discussão de idéias diferentes e acho que a internet pode ser um meio muito interessante para se fazer isso. Mas é preciso muito cuidado. SÓ repassar e-mails não é suficiente. Afinal, nem tudo que vem na rede é peixe.

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